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domingo, 31 de julho de 2011

Uma geral no domingo e ainda uma dúvida

Domingo cedo, sozinha em casa, tempo bom pra continuar na cama, mas...estou aproveitando o silêncio deste momento raro para atualizar minhas leituras, ler e responder meus e-mails e dar uma geral na casa. A minha querida e encantadora faxineira me deixou na mão na sexta passada e agora, quem arca com o prejuízo sou eu. Legalzona! Mas tudo bem, levando em conta que esse tipo de serviço serve um pouco de terapia pra mim. Terapia mais esquisita, mas é isso mesmo. Quando Luísa está comigo não consigo fazer mais nada. Lembra do meu tratamento com bagunçoterapia? Terapia mais esquisita ainda. Minha casa está uma bagunça que é uma delícia. Apostei nessa idéia e estou bem mais tranquila.

Vou contar uma coisinha.
Há um mês atrás fui ao ginecologista, que me pediu ultrassom e todos os outros exames de rotina. Levado o ultrassom, ela me disse que estava tudo bem, "lindomaravilhoso você pode até pensar em outro filho já"...."tá louca doutora, não quero nâo!", mas que havia um micro cisto, muito micro mesmo. Só que minha menstruação sumiu! Fiz exame de farmácia e deu negativo. Não contente, fiz o Beta hcg e deu negativo também. E minha menstruação continua desaparecida! Há mais de um mês atrasada. Meu aniversário está chegando e minha filha insiste que vai me dar um dvd da Barbie e um bebê (de onde ela tirou isso?)
E aí? Repito o hcg amanhã, me convenço definitivamente que o exame é 100% ou já me aceito como mãe de um micro cisto chamado Nina ou Nino?

sábado, 30 de julho de 2011

Começando bem o dia e terminando com showzinho

Meio da noite, Luísa chega no meu quarto e pede pra deitar comigo. Ela sussura:
-"Ai, mamãe! Que gostoso!"
Tem melhor jeito de começar o dia de madrugada?
*
*
E só pra lembrar que hoje tem Tempo de Brincar aqui em Sorocaba e estaremos lá, claro!

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Mamãe não liga pra mim...

O que é exatamente não dar atenção à seu filho?
a) quando vem visita em casa e seu filho só quer brincar com você, e você diz que já vai, já vai e quando vai, fica só 1 minutinho e já volta para onde estava?
b) e nesse mesmo dia quando vocês estão comendo pizza, e você sabe que seu filho come melhor se você ajuda, você não ajuda porque se distrai na conversa?
c) porque quando vê, seu filho já foi ao banheiro e já se limpou sozinho e depois dormiu sozinho na sala?
d) porque seu filho não se cansa de chamar a atenção de todos, e interrompe, e fala alto, e não pára de abrir a geladeira?
e) tudo isso junto? Buááá...

E qual é o castigo para essa mãe?
a) ficar com essa culpa o dia inteiro?
b) ter que acordar a criança 1 hora antes do habitual só para dar toda a atenção do mundo?
c) dispensá-la da escola e arrumar um atestado "fake" só para poder passar o dia com ela? Ai que vontade!!!
Hein?

É show...

Ah! Até parece que promovo esses dois!
Mas é que quem nunca viu, não sabe o que está perdendo. E nós, com certeza estaremos lá.
É Tempo de Brincar de novo! Êba!


A pombinha voo, voo, voo
Ela foi embora e me deixou...


quarta-feira, 27 de julho de 2011

Desabafo e consolo

Que dia mais "fiá%$$da#¨p%¨uta" que tive hoje! Ninguém pode imaginar!
Um pepino do tamanho de uma jaca me tomou o dia inteiro e não consegui resolver nada! Sabe o que é você ter que passar o dia todo olhando para uma única tela de computador, uma única página, e nada mudar? Duro é pensar que amanhã a história continua! Certamente vou sonhar com a palavrinha "Azul".

Mas nada mais compensador - e relaxante e desestressante - do que entrar no carro, ganhar um agarrão da sua filha, pedir para que ela se comporte durante a visita ao bebê e ela obedecer! E ainda por cima chegar em casa com ela já dormindo!

*Melhor ainda é ver o tanto que o marido sofre e vibra com o jogo do Santos na sala!! Vou lá!
* E quando o time perde?

A banda mais bonitinha da cidade

Canção de ninar para o papai!
Esse vídeo é velhinho, mas vale deixá-lo guardado aqui.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Eu vumito...

Todos os dias vamos para a escola de carona com o Vô Preto.
E todos os dias Lulú vomita no carro do Vô Preto.

Já tentei duas histórias diferentes.
A primeira, inventei que se ela segurasse uma pedrinha durante o percurso, não vomitaria.
Encontrei a pedrinha, ela segurou por dois dias durante o percurso, mas não deu certo.
Continuou vomitando.

A segunda, e atual, e que não acho certa, mas... é falar que tem um médico “no caminho mesmo da escola!” que dá injeção nas pessoas para que elas parem de vomitar.
Neste caso, ela não vomitava....até hoje!

Todos os dias antes mesmo de sair de casa ela pergunta quem vai nos buscar, e quando digo que é o vovô preto, ela já responde:
“ah, mamãe, o vovô preto não porque eu vomito! Eu quero que meu pai busque eu.”

Obs. I : Não costumo mentir para a Luísa, muito menos ameaçá-la ou chantageá-la com histórias de injeções, mas não soube de outra alternativa.
Obs. II : Quando temos que tomar injeção de verdade, não aviso com antecedência, e sim no dia que vamos tomá-la, e que “é necessário e dói um pouquinho só, mas será rápido, e mamãe estará ali o tempo todo.”
Obs. III : Luísa só vomita no carro do Vô Preto. Em nenhum outro carro.


O que percebo é que ela força o vômito.
Não sei se o fato de saber que já tenho uma sacolinha reservada na bolsa para isto influencia a vontade de vomitar, ou se é por ela querer que o pai vá buscá-la (mesmo já tendo conversado muito sobre isto com ela, e explicado que ele está trabalhando e que não consegue parar para vir nos buscar). Só sei que não sei mais o que fazer.

Alguma dica sobre o por quê dela fazer isso? Alguma solução? Please!

sábado, 23 de julho de 2011

Bagunçoterapia

Técnica que consiste em praticar a arte da bagunça, a fim de viver melhor, em paz e armonia com seu Eu, seu marido e sua filha.

A-hãm.
Pois é, carazamigas!
Esta semana tenho tentado mais que tudo não me incomodar, nem ter ataques de nervos lá em casa, devido à tanto brinquedo espalhado pelo chão de todos os cômodos do meu ap. Brinquedos misturados com sapatos e meias sujas, pedacinhos de papéis picados em cima da cama, no chão da sala................. Eu simplesmente estou pirando! De verdade!

Achava que podia chegar em casa após 8 horas trabalhadas na agência e pensar no que a família vai comer, el vara a louça que está na pia, estender a roupa que está na máquina há dois dias, tirar a que está no varal há três, tomar banho, lavar os cabelos, dar banho na filha, e ainda ter que sair catando brinquedo a cada passo dado (mesmo com a ajuda da filha), mas não posso. Não posso mais.

Aí revendo meu comportamento de antes, quando eu tinha tempo pra ler bastante, catar sapatos e meias do marido, e quando estava certa e decidida que a bagunça faz parte do desenvolvimento e da educação, enfim, de uma casa que tem criança, percebi que tô fazendo tudo errado. Comigo e com minha família. Não tenho tempo pra eles mais, porque chego em casa e quero resolver o problema da arrumação em uma noite.

Gente, chega! Tenho mais o que fazer e prestar atenção em casa.
E esta semana comecei o treinamento, terapia, tratamento, qualquer coisa que isso seja. Chego, largo tudo em cima da mesa, tiro sapato e deixo no meio do meu quarto, e relaxo primeiro. Entro no quarto da Lulú, brinco um pouco, e só depois penso no que vamos comer.

Confesso que não está sendo fácil, mas vou insistir.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

O Pequeno Príncipe

Sabe o que estamos fazendo neste exato momento?
(só parei pra contar!)

Assistindo o Pequeno Príncipe (que Luísa chamou de Pequeno Rei), acompanhando as cenas do filme com os desenhos do livro. E Luísa está amando! Vou lá! Beijos e não deixem de passar (pra quem ainda não passou) lá no Minha Mãe que Disse.

terça-feira, 19 de julho de 2011

O marketing através do blog

Hoje respondi uma pesquisa sobre as minhas intenções com o blog e a maioria das minhas respostas foram que "não, não pretendo me auto promover, nem ganhar dinheiro com o Mãe da Lulú, que não pretendo anunciar nada aqui...", enfim, que meu blog trata-se de um blog muito despretencioso.

Mas através dele acontecem coisas muito legais.

Estava lendo meus e-mails, e recebi um especial, de agradecimento pela visita no Castelo Park Aquático, em Cesário Lange.

LOGOTIPO.jpg
No post que fiz sobre o parque aqui, conto do nosso dia, falo um pouco das atrações, e que, pra quem tem criança pequena é uma ótima opção, já que aquele outro parque aquático mais famoso é mais caro e a criança mesmo não aproveita praticamente nada do que ele oferece.

E já que eles foram tão gentis comigo, em me mandar um e-mail de simples agradecimento, aproveito para divulgar aqui as novidades.
A nova temporada do Castelo Park Aquático é será aberta em setembro, com várias novidades. Eles terão um espaço animal, onde as crianças vão poder interagir com os animaizinhos, entre eles um camelo, que estará disponível para fotos e até mesmo para as crianças montarem nele.

Terão também uma área, que mostrará como a água do parque é tratada ecologicamente, com lago com carpa e uma área verde muito linda.

Só indico porque já fomos e gostamos.
E com uma equipe boa de marketing, fazendo uma coisa tão simples, que é mandar e-mail agradecendo pela visita, dá até vontade de voltar logo lá.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Alguns cúmulos

Sabe qual é o cúmulo do acúmulo de coisas na cabeça?
Chegar em casa e dar de cara com uma das chaves da porta NA PORTA e a outra chave da porta embaixo do tapete da entrada. É ou "nuué" o absurdo da humanidade?
Só faltou avisar os porteiros que meu apartamento estava aberto pra festa durante todo o dia!

E o cúmulo da exigência?
Luísa só quer lavar as mãos com Dettol!!
É a televisão influenciando os pequenos.

Agora este foi o cúmulo da má influência.
Luísa, no carro com meu irmão e eu, e ela pede:
-"Bú, põe pá mim a música do "dileito de ficar caladinha.""
(Música do Bonde do Tigrão, Prisioneira)
Um funk horroroso! 
O que é que eu faço com ele?
Alguém tem alguma idéia?
O que fazer com aquele seu irmão mais novo que adora ensinar porcarias pra sua única filha? Alguma dica?

domingo, 17 de julho de 2011

Demora muito?

Achei tão engraçadinho (e que peninha de você prima!!).
Esses dias fui visitar Mateus, priminho mais novo da Luísa, que completou 1 "mêszinho" dia 10.
Perguntinha básica que minha prima fez:
-"Ai Prima, demora muito pra gente voltar a dormir a noite inteira? Me imagino nunca mais poder dormir a noite toda"

Luísa sempre foi uma criança que, mesmo com as variações das fases de sono de bebê, sempre dormiu muito. Que sorte a minha, né?
Claro que já despertou durante a madrugada, claro que já dormiu cedo e acordou bem na hora do MEU sono, claro que já me deu trabalho.
Mas hoje, como hoje por exemplo, acordou às 11 da manhã.

Viu, Prima!
Logo passa! Logo você volta a ver a gostosura que é poder acordar às 10 da manhã, com aquele silêncio ainda na casa!

Obs.: Claro que isso não acontece sempre, tá?
Luísa acordou tarde assim porque fomos em uma festa julhina, e fomos dormir às 2 da manhã, tá?

sexta-feira, 15 de julho de 2011

I´m a Barbie mom!

Já viram que delícia que é a felicidade da menina quando usa roupa parecida – ou idêntica - à da mãe?
E da mãe quando encontra sapatilhas idênticas às da filha ? Já viram? Querem ver ?
Aqui ó:




Eu tenho uma sapatilha da Barbie!!!!!!!
U-huuuuuuuuuuuu!!!!!!

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Stay over this night?

Na segunda-feira passada, pela primeira vez, Luísa teve um amiguinho dormindo em casa. Bagunça e agitação à parte, posso dizer que no final das contas os dois se comportaram muito bem.

Conrado é filho de uma amiga minha, e eles freqüentam a mesma escolinha. Como meu marido viajou, havíamos combinado de juntar as crianças em casa. E como, no dia seguinte, iríamos todos para o mesmo lugar novamente - a escolinha - decidimos então montar o acampamento.
Foi ótimo! Excelente!
Brincaram muito, comeram bem, tomaram banho juntos, e dormiram.
Algumas observações:

- Depois que me casei nunca mais tive uma amiga dormindo em casa, e foi muito gostoso poder ficar batendo papo até 2 da manhã, rir muito, falar sério e também falar muita bobagem.

- Para a Luísa e para o Conrado tenho certeza que foi muito legal também. O dois são filhos únicos, nunca dormiram nem tiveram alguém dormindo em casa.

- E só deixei os dois tomarem banho juntos porque acredito que ainda podem. Acredito mesmo. Mas e aí? Alguém acha que não?

A carapuça me serviu sim senhor!

Há um tempo atrás - mas nem tanto - precisei do meu pai e ele me disse não.
Ele nunca tinha me dito não.
Aí ontem, lendo esse texto abaixo, me identifiquei muito e pensei:

"qualquer lição deve ser dada logo de início. Não adianta esperar os filhos, que antes tinham tudo e sempre ouviram sim, crescerem, para dizer o primeiro não, ou o primeiro "te vira, que essa briga é sua!"

Várias pessoas falaram dele ontem na blogosfera, mas quero deixá-lo aqui também, por mim e por minha fiha. Porque assumo que eu faço parte da geração dos "eu mereço", mas minha filha não vai ser assim.

Enfim, a carapuça serviu pra mim. Mas de qualquer maneira, obrigada Elaine!


"Ao conviver com os bem mais jovens, com aqueles que se tornaram adultos há pouco e com aqueles que estão tateando para virar gente grande, percebo que estamos diante da geração mais preparada – e, ao mesmo tempo, da mais despreparada. Preparada do ponto de vista das habilidades, despreparada porque não sabe lidar com frustrações. Preparada porque é capaz de usar as ferramentas da tecnologia, despreparada porque despreza o esforço. Preparada porque conhece o mundo em viagens protegidas, despreparada porque desconhece a fragilidade da matéria da vida. E por tudo isso sofre, sofre muito, porque foi ensinada a acreditar que nasceu com o patrimônio da felicidade. E não foi ensinada a criar a partir da dor.


Há uma geração de classe média que estudou em bons colégios, é fluente em outras línguas, viajou para o exterior e teve acesso à cultura e à tecnologia. Uma geração que teve muito mais do que seus pais. Ao mesmo tempo, cresceu com a ilusão de que a vida é fácil. Ou que já nascem prontos – bastaria apenas que o mundo reconhecesse a sua genialidade.


Tenho me deparado com jovens que esperam ter no mercado de trabalho uma continuação de suas casas – onde o chefe seria um pai ou uma mãe complacente, que tudo concede. Foram ensinados a pensar que merecem, seja lá o que for que queiram. E quando isso não acontece – porque obviamente não acontece – sentem-se traídos, revoltam-se com a “injustiça” e boa parte se emburra e desiste.


Como esses estreantes na vida adulta foram crianças e adolescentes que ganharam tudo, sem ter de lutar por quase nada de relevante, desconhecem que a vida é construção – e para conquistar um espaço no mundo é preciso ralar muito. Com ética e honestidade – e não a cotoveladas ou aos gritos. Como seus pais não conseguiram dizer, é o mundo que anuncia a eles uma nova não lá muito animadora: viver é para os insistentes.
Por que boa parte dessa nova geração é assim? Penso que este é um questionamento importante para quem está educando uma criança ou um adolescente hoje. Nossa época tem sido marcada pela ilusão de que a felicidade é uma espécie de direito. E tenho testemunhado a angústia de muitos pais para garantir que os filhos sejam “felizes”. Pais que fazem malabarismos para dar tudo aos filhos e protegê-los de todos os perrengues – sem esperar nenhuma responsabilização nem reciprocidade.


É como se os filhos nascessem e imediatamente os pais já se tornassem devedores. Para estes, frustrar os filhos é sinônimo de fracasso pessoal. Mas é possível uma vida sem frustrações? Não é importante que os filhos compreendam como parte do processo educativo duas premissas básicas do viver, a frustração e o esforço? Ou a falta e a busca, duas faces de um mesmo movimento? Existe alguém que viva sem se confrontar dia após dia com os limites tanto de sua condição humana como de suas capacidades individuais?


Nossa classe média parece desprezar o esforço. Prefere a genialidade. O valor está no dom, naquilo que já nasce pronto. Dizer que “fulano é esforçado” é quase uma ofensa. Ter de dar duro para conquistar algo parece já vir assinalado com o carimbo de perdedor. Bacana é o cara que não estudou, passou a noite na balada e foi aprovado no vestibular de Medicina. Este atesta a excelência dos genes de seus pais. Esforçar-se é, no máximo, coisa para os filhos da classe C, que ainda precisam assegurar seu lugar no país.


Da mesma forma que supostamente seria possível construir um lugar sem esforço, existe a crença não menos fantasiosa de que é possível viver sem sofrer. De que as dores inerentes a toda vida são uma anomalia e, como percebo em muitos jovens, uma espécie de traição ao futuro que deveria estar garantido. Pais e filhos têm pagado caro pela crença de que a felicidade é um direito. E a frustração um fracasso. Talvez aí esteja uma pista para compreender a geração do “eu mereço”.


Basta andar por esse mundo para testemunhar o rosto de espanto e de mágoa de jovens ao descobrir que a vida não é como os pais tinham lhes prometido. Expressão que logo muda para o emburramento. E o pior é que sofrem terrivelmente. Porque possuem muitas habilidades e ferramentas, mas não têm o menor preparo para lidar com a dor e as decepções. Nem imaginam que viver é também ter de aceitar limitações – e que ninguém, por mais brilhante que seja, consegue tudo o que quer.


A questão, como poderia formular o filósofo Garrincha, é: “Estes pais e estes filhos combinaram com a vida que seria fácil”? É no passar dos dias que a conta não fecha e o projeto construído sobre fumaça desaparece deixando nenhum chão. Ninguém descobre que viver é complicado quando cresce ou deveria crescer – este momento é apenas quando a condição humana, frágil e falha, começa a se explicitar no confronto com os muros da realidade. Desde sempre sofremos. E mais vamos sofrer se não temos espaço nem mesmo para falar da tristeza e da confusão.


Me parece que é isso que tem acontecido em muitas famílias por aí: se a felicidade é um imperativo, o item principal do pacote completo que os pais supostamente teriam de garantir aos filhos para serem considerados bem sucedidos, como falar de dor, de medo e da sensação de se sentir desencaixado? Não há espaço para nada que seja da vida, que pertença aos espasmos de crescer duvidando de seu lugar no mundo, porque isso seria um reconhecimento da falência do projeto familiar construído sobre a ilusão da felicidade e da completude.


Quando o que não pode ser dito vira sintoma – já que ninguém está disposto a escutar, porque escutar significaria rever escolhas e reconhecer equívocos – o mais fácil é calar. E não por acaso se cala com medicamentos e cada vez mais cedo o desconforto de crianças que não se comportam segundo o manual. Assim, a família pode tocar o cotidiano sem que ninguém precise olhar de verdade para ninguém dentro de casa.


Se os filhos têm o direito de ser felizes simplesmente porque existem – e aos pais caberia garantir esse direito – que tipo de relação pais e filhos podem ter? Como seria possível estabelecer um vínculo genuíno se o sofrimento, o medo e as dúvidas estão previamente fora dele? Se a relação está construída sobre uma ilusão, só é possível fingir.


Aos filhos cabe fingir felicidade – e, como não conseguem, passam a exigir cada vez mais de tudo, especialmente coisas materiais, já que estas são as mais fáceis de alcançar – e aos pais cabe fingir ter a possibilidade de garantir a felicidade, o que sabem intimamente que é uma mentira porque a sentem na própria pele dia após dia. É pelos objetos de consumo que a novela familiar tem se desenrolado, onde os pais fazem de conta que dão o que ninguém pode dar, e os filhos simulam receber o que só eles podem buscar. E por isso logo é preciso criar uma nova demanda para manter o jogo funcionando.

O resultado disso é pais e filhos angustiados, que vão conviver uma vida inteira, mas se desconhecem. E, portanto, estão perdendo uma grande chance. Todos sofrem muito nesse teatro de desencontros anunciados. E mais sofrem porque precisam fingir que existe uma vida em que se pode tudo. E acreditar que se pode tudo é o atalho mais rápido para alcançar não a frustração que move, mas aquela que paralisa.


Quando converso com esses jovens no parapeito da vida adulta, com suas imensas possibilidades e riscos tão grandiosos quanto, percebo que precisam muito de realidade. Com tudo o que a realidade é. Sim, assumir a narrativa da própria vida é para quem tem coragem. Não é complicado porque você vai ter competidores com habilidades iguais ou superiores a sua, mas porque se tornar aquilo que se é, buscar a própria voz, é escolher um percurso pontilhado de desvios e sem nenhuma certeza de chegada. É viver com dúvidas e ter de responder pelas próprias escolhas. Mas é nesse movimento que a gente vira gente grande.


Seria muito bacana que os pais de hoje entendessem que tão importante quanto uma boa escola ou um curso de línguas ou um Ipad é dizer de vez em quando: “Te vira, meu filho. Você sempre poderá contar comigo, mas essa briga é tua”. Assim como sentar para jantar e falar da vida como ela é: “Olha, meu dia foi difícil” ou “Estou com dúvidas, estou com medo, estou confuso” ou “Não sei o que fazer, mas estou tentando descobrir”. Porque fingir que está tudo bem e que tudo pode significa dizer ao seu filho que você não confia nele nem o respeita, já que o trata como um imbecil, incapaz de compreender a matéria da existência. É tão ruim quanto ligar a TV em volume alto o suficiente para que nada que ameace o frágil equilíbrio doméstico possa ser dito.


Agora, se os pais mentiram que a felicidade é um direito e seu filho merece tudo simplesmente por existir, paciência. De nada vai adiantar choramingar ou emburrar ao descobrir que vai ter de conquistar seu espaço no mundo sem nenhuma garantia. O melhor a fazer é ter a coragem de escolher. Seja a escolha de lutar pelo seu desejo – ou para descobri-lo –, seja a de abrir mão dele. E não culpar ninguém porque eventualmente não deu certo, porque com certeza vai dar errado muitas vezes. Ou transferir para o outro a responsabilidade pela sua desistência.


Crescer é compreender que o fato de a vida ser falta não a torna menor. Sim, a vida é insuficiente. Mas é o que temos. E é melhor não perder tempo se sentindo injustiçado porque um dia ela acaba."

ELIANE BRUM é jornalista, escritora e documentarista. Ganhou mais de 40 prêmios nacionais e internacionais de reportagem. É autora de Coluna Prestes – O Avesso da Lenda (Artes e Ofícios), A Vida Que Ninguém Vê (Arquipélago Editorial, Prêmio Jabuti 2007) e O Olho da Rua (Globo).

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Erros deliciosos

E não é que computador continua "pucadôi"?

Agora, delícia mesmo é ouvir "ramelinha" para ovelhinha



e "guaida-veta" para gaveta.

É de-más!!!

sábado, 9 de julho de 2011

Boas lembranças para sempre

Tem dias que fico melancólica, com saudades das minhas amigas de infância e adolescência, que hoje não existem mais. Vontade de juntar todas e sermos amigas tudo de novo, do jeitinho que era antes!!
Porque por mais que sejamos mães, ainda assim os assuntos são diferentes,  as rotinas desconhecidas, há a distância e outros rumos que foram tomados. Mas tenho ótimas lembranças.

É por isso, filha, que quero que você aproveite cada momento com suas amizades e tenha muitas lembranças boas. Muitas fotos!
Nhá Lú e Nhô Con.
Que essa amizade dure o tempo que o tempo permitir.
E que seja sempre intensa.


1a. festinha julina juntos! 

2a. festinha julina country juntos

3a. festinha julina caipira


Luísa, Conrado, eu e Cris - mamães gargalhadas! Amo muito tudo isso!!


quinta-feira, 7 de julho de 2011

3 coisas minhas

Hoje resolvi mandar Lulú pra casa da vó.
Tinha uns cupcakes pra fazer a noite e, para não nos estressarmos por ela querer brincar e eu ter que preparar os bolinhos, pedi que minha mãe fosse buscá-la.
E aí que chego sozinha em casa e dá um vaziiiiiio. Uma saudadiiiiiiiinha! Um silêncio DELICIOSO! Uma tranquilidaaaaaaaaaaade!
E uma felicidade enorme quando todos voltam pra casa!

**

Resolvi desencanar do Gustavo, já que não tem jeito mesmo. Ela não larga dele.
Pra quem não sabe, Gustavo é o bebê da Luísa. Imundo, com a roupa mais encardida do mundo e três riscos de caneta, ele está praticamente um "Harry Potter" com o raio do "Voldemort" na testa.
Porque Luísa só sai de casa com o Gustavo!
Sexta, dia de brinquedo na escola, e lá vão Gustavo e ela.
Sábado no shopping, e lá vamos nós todos. De mãos dadas. Sim, eu tenho que dar minha mão pra ele também.
Domingo, dia de igreja, e lá vão os dois novamente.



Obs.: Gustavo foi o nome que ela deu para esta boneca. Uma menina, ok?

**

Acabei de saber que domingo agora tem show do Palavra Cantada aqui em Sorocaba e pirei!
Agora estou torcendo pra que minha filha não prefira ir à igreja, pois se isso acontecer, perderEI metade do show.
Ai Lulú, por favor, colabore, ok? Vamos, filha ? Vamos com a mamãe!! Por favoooooooor!!!

**

Empolgação cortada ao meio!
Informação errada! Não terá show do Palavra Cantada coisíssima nenhuma.
Humpf!
Fica pra próxima, filha! Desculpa a mamãe, ok?

quarta-feira, 6 de julho de 2011

A gente já nasce com espírito de porco...

-"Filha, o que vc prefere: tomar banho de manhã ou de noite, quando chegar da escola?"
-"Só sábado mãe, e de piscina!"

Perrengue pra entrar no banho...perrengue pra sair do banho!!
Isso soa comum pra alguém aí?
Até demais, né?

*
*

Bebê novo no pedaço!!!
Já comentei aqui que fico muito feliz quando alguma amiga querida descobre que está grávida. E quem não fica, né?
Principalmente nós, que vemos a maternidade como a descoberta da vida!

Parabéns Re!! Que esse bebê delicioso que já está entre nós seja muito, mas muuuuuuito abençoado!

terça-feira, 5 de julho de 2011

Mãe de menina

Super mega inspirada pelo post de hoje da Carol Garcia, e já tendo comentado lá no blog dela que ser mãe da Luísa nem é tão diferente assim de ser mãe do Isaac, deixo aqui minhas observações.
Porque ser mãe da Luísa é:

- colocar o dedo no nariz?
Luísa vive com o dedo no nariz!
E pior que isso: ainda come a meleca!
Nossa tática atual: não pode nos beijar. E ela se desespera!
Sai correndo atrás da gente pra roubar um beijo e não consegue.
Com isso, ora ou outra ela vem oferecendo beijos (de graça), o que nos faz suspeitar que ela comeu meleca de novo, claro!

- repetir e repetir e repetir o tempo todo que comer meleca é feio, é horrível.

- não ter nojo de vê-la comendo meleca, não ter nojo de comer o bombom lambido dela, não ter nojo de mascar o chiclete já lambido, é não ter nojo de cocô e de pum.

- adorar acordá-la só pra sentir aquele bafinho do primeiro bom dia.

- brincar de boneca, de trocar fraldinhas e dar vacinas com aplicadores vaginais.

- deixá-la decidir entre brócolis, couve flor ou vagem.

- levá-la no Mc pelo menos 1 x por mês (essa é a cota ok?)

- deixá-la tomar sorvete todas as vezes que vamos ao shopping.

- achar muita graça nas gracinhas dela.

- assistir Monstros S.A. 2 x ao dia.

- saber todas as músicas do Palavra Cantada, do Tempo de Brincar, da Adriana Partimpim, do Patati Patatá, da Xuxa...pois é, pois é...

- ouvir o "mamãe" mais gostoso e sonoro da face da Terra.

E pra terminar, copiando discaradamente a Carol:

E não é tudo uma delícia????
Ô se é.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Um simples aquecedor

Já falei e chorei e sofri bastante sobre o frio que é aqui em casa, e principalmente no quarto da Luísa.
Pedi idéias, pensei em colocar cortinas grossas, janelas anti-frio, revestimento de madeira nas paredes. Cogitei até a possibilidade de montarmos um albergue em nosso próprio quarto e colocá-la lá até o inverno passar. Mas achamos a solução! Simples, barata e rápida. Um aquecedor de R$ 75,00.

Luísa é muito calorenta. No inverno, basta um pijaminha leve (além dos edredons, claro!), para que ela fique bem ou acorde suada.
Mas a friagem que entra pela janela, especificamente daquele quarto, é de matar!
Acho até que a tosse alérgica chega a piorar só de respirar aquele ar frio.

Então resolvi comprar um aquecedor, e este foi a salvação da nossa lavoura. Juro!
Acabei com aquela friagem. Ligo o aparelho pouco antes dela ir se deitar e deixo-o funcionando até o dia seguinte. O quarto fica super quentinho.
E coincidentemente a tosse diminuiu.

Tomo o único cuidado de não deixá-lo ligado por muito tempo só pelo fato de Luísa demorar pra dormir. Por ela ficar zanzando pelo apartamento todo, acho que a mudança brusca de temperatura de um cômodo para outro poderia até piorar a tosse. Dá pra imaginar o frio que é lá?

Nosso primeiro passo foi o aquecedor. Nosso segundo, uma lareira!!!

domingo, 3 de julho de 2011

Vale a atualização

Alguém aí já dormiu enquanto contava história para sua filha dormir, e acordou com a vozinha dela láááááá longe, dizendo:
-"E daí, mamãe? Conta! Mamãe? Mãe? Acóida, mãe!"

É o cúmulo do sono ou eu não sou normal?
*
*
Como se não bastasse, chegamos da rua, certa de que Luísa estava morta de sono e iria capotar. Digo: "filha, vamos descansar um pouquinho pra gente ir no vovô preto depois, tá!"
-"Sim, mamãe!"
Duas horas mais tarde acordo toda babada na cama dela e escuto a vozinha dela láááá longe, brincando com o pai na sala.
Pelos dois primeiros comentários, já vi que não é só aqui que acontece isso.
*
*
Agora, essa eu aposto que é só aqui em casa mesmo!
Chego na sala, meio zonza ainda de tanto dormir, e encontro o pai da minha filha, meu marido, deitado no sofá assistindo o jogo do Santos, enquanto ela cola - hein?oi?como é?cola? - cola com cola bastão!! papeizinhos na parede!
E aí, alguém conta uma pior que essa?

sábado, 2 de julho de 2011

O que é o que é, filha:

-"Tem coroa, mas não é rei?"

Visualização

-"Rainha!"


-"É filha. É isso mesmo."

Humpf!

Não menospreze a inteligência dos pequenos!

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Só pra me contradizer

Depois de ter escrito o post de ontem e ter me confessado a maior mocoronga da face da Terra, no quesito "Dê bons exemplos à seu filho", a Luiza, do Potencial Gestante me posta um texto lindo lindo lindo, que me fez ter vontade de sumir com o post de mãe mal educada que sou de vez em quando.
Vão lá ler.

De mãe e mocoronga, pelo menos EU tenho um pouco

Não é possível que seja só eu que dê bola fora nessa vida materna!!!

Ontem no carro - Luísa atrás - e eu xingo um mané que entra na minha frente do nada:
-"Ôôô idjó-ta!"
Xinguei pra dentro do carro, tá? Ele nem escutou nada, mas Luísa sim. Claro! Como não! Então repetiu no mesmo tom que eu, lógico!
-"Idjó-ta!"

-"Filha, não!! Me perdoe! Mamãe fez uma coisa muito feia, tá? Mamãe xingou o cara de idiota, e não pode, né?"
-"Não pode, né, mãe!"

Não pode, gente! Não po-de!
Eu que vivo chamando a atenção do meu marido por sempre resmungar no trânsito coisas do tipo "vai moto, senão eu passo por cima de você!", ou "Vai véio, cruza minha frente que eu chapo sua traseira", ou ainda, e a pior delas, "puta, tinha que ser mulher pra fazer cagada, né? Ô anta!".

Sabemos que a educação e bons modos vêm de dentro do carro de casa, e não queremos que nossa filha seja mal educada, mas escapa, gente! Não pode, mas às vezes escapa!