Da série "Cuidado com o que se fala perto das crianças"

Que toda criança tem fama de ser "esponjinha" todo mundo sabe.
Que os filhos copiam o que vêem em casa, isso é fato. Na escola? Sim, também.
Mas e quando falamos sobre eles, na frente deles?
Exemplo:
-"Ai, gente, ontem eu tava na cozinha e Luísa chegou e disse..." ou  "e hoje que Luísa disse pro porteiro que o pai dela mamava na teta da vaca!!" E todo mundo acha graça, né?
Aqui em casa, pelo menos, costumamos contar aos outros, coisas, em geral, engraçadinhas. Nada de críticas. Bom, quase nada, né? Claro que às vezes rola um comentário do tipo: "papai, sabe o que a Luísa fez na escola?" ou "o que você achou da Luísa ter rasgado aquela revista?". Mas ainda assim, a grande maioria dos comentários sobre ela são bons ou engraçados.

Só que eu acho que a empolgação às vezes é tanta, que não me dou conta de que estou comentando algo que não deveria, pelo menos na frente dela. Justamente por saber que ela absorve tudo. E o efeito disso, psicologicamente falando, é um trabalhão danado para fazê-la esquecer ou mudar de idéia depois.

Situação 1: Luísa costumava vomitar todos os dias no carro do Vô Preto. E eu achava normal comentar isso com as pessoas. Só que na frente dela. O que aconteceu? Ela passou a falar para todo mundo que vomitava no carro do vô. Ela já se adiantava, e é claro, vomitava mesmo.

Situação 2 (e essa é quentinha!): Toda vez que Luísa fica chata, manhosa, briguenta e chorona, eu digo:"iiiiih, tá com sono!". O que eu escuto dela hoje, depois de uma crise de mãnha? "Mamãe, é o sono que faz isso comigo!"

Então eu acho que isso vale como toque.
A gente pensa que só as coisas "feias", ou impróprias, não podem ser ditas na frente das crianças. Falar mal dos outros, xingar. Mas na verdade existem comentários sobre elas que é melhor guardá-los, ou fazê-los longe delas.
Porque, claro que às vezes elas usam disso como "safadeza" (no bom sentido ok?), mas também temos que pensar que podemos estar influenciando algo que, na verdade, poderia passar despercebido.

Outro dia ouvi de uma amiga que o filho não sabia escrever nada direito ainda, e que tinha uma letra horrorosa. Na frente do menino. Outra amiga tem o costume de falar mal do marido e sobre o relacionamento deles. Na frente da filha. Não me parece nada saudável isso, hein?