segunda-feira, 19 de março de 2012

O jeito mais difícil

Não tenho bem certeza se todas sabem que Lulú nasceu com trinta e três semanas, prematurinha da silva, pequenininha e magrinha de tudo, porém fortíssima!
Me lembro, como se fosse hoje, que saí de casa num sábado, de vestido e bolsa na mão, em direção ao hospital, para tomar apenas mais uma dose da Inibina e voltar pra casa sem mais contrações bombásticas, e tudo isso foi mera ilusão. Luísa nasceu na madrugada de domingo, às 04:14h, pesando 1.850k, sem lembrancinha na maternidade, sem enfeite de porta e sem fotos do momento do nascimento.

A primeira foto. Sintam-se honradas!
Mas o relato do meu parto,e isso eu tenho certeza que nunca fiz aqui, fica para uma outra hora, porque o que quero falar é que eu sempre usei os meios mais difíceis e trabalhosos para cuidar da Lulú, mas que foram essenciais para o seu desenvolvimento. Não me arrependo por não ter me facilitado a vida nenhum pouco.
Vejam bem, eu optei por fazer sempre as coisas mais complicadas, pelo simples fato de decidir me apegar aos conselhos de uma única pessoa: uma especialista em amamentação, do próprio hospital onde Luísa nasceu.

Primeiro, eu sempre dei mamá para ela sentada. Assim ó:

Ainda no hospital, com 1 dia de vida

Olha isso e me diz se não parecia mesmo um macaquinho pendurado!

Um pouco maiorzinha
Meu medo, à princípio, era a posição dela, as costas, que ficavam tortas, a cabeça que caía, o pé que enrroscava,. Orientada pela Dra. Cláudia, fui relaxando e aprendendo. Costumo dizer que ela foi uma mãe, uma deusa, e um conforto para mim, em várias situações pós nascimento da Lulú. Ela me dizia que a posição das costas era o que menos importava, pois se pensasse nos ultrassons que fizemos, eu veria que ela ficava toda contorcida dentro da minha barriga.

A minha posição era super desconfortável, porque eu tinha que ficar com a postura muito certa, e se ela mamasse por muito tempo, minha costas pediam "arrego". Mas eu aguentei.
Claro que cometia minhas gafes, e desobedecia as instruções do pediatra, em não dar mamá deitada, porque o leite poderia ir para o ouvido da criança, mas isso, graças a Deus, nunca aconteceu por aqui.


Depois eu tive que complementar a amamentação com Pré Nan, e mais tarde, com meu próprio leite, já que, como ela era muito pequena e não tinha força suficiente para sugar meu peito, não ganhava peso também. Perdeu tanto que chegou a pesar 1.590k. Olha isso:


Nunca dei mamadeira, já que isso poderia dificultar a amamentação e fazer com que ela não quisesse mais meu peito. A mamadeira é bem mais fácil de sugar do que peito. Então o que eu fazia? Dava este complemento num copinho de pinga. Maior sufoco. Era mãe, tia, vó, todo mundo ajudando.


Por ser prematura, adotamos o método canguru com Lulú. Eu passava o dia inteiro praticamente com ela pendurada em mim...


... e quando me cansava, passava para outra pessoa segurá-la...

Minha prima se realizou neste dia!
Á noite, na hora de dormir, já cansada e com medo devirar na cama e amassá-la, eu achava melhor que meu marido ficasse com ela no peito.

Olha que magreza, gente! 
 Tivemos sorte por estar calor, pois assim, ela passava o dia todo só de fraldinha, em contato direto com meu corpo, amarrada com uma toalha fralda. Eu usava sempre blusas largas, assim conseguia deixar a cabecinha dela para fora.


Passados os dois meses de vida "extra, ela saiu do canguru. Que saudade!

Luísa era sempre menor que as outras crianças da idade dela, claro. E eu era tão tapada, que, além de nunca perceber em tempo real o quão pequena ela era, eu ainda achava que as filhas das amigas eram grandes demais, além do normal...
Só pra vocês terem uma ideia, essa foto está gravada em meus arquivos como: microlu e macrolu. Tem noção, Rô? Eu não tinha!


Valeu o cansaço. Valeram as noites super mal dormidas. As mamadas de 2 em 2 horas indispensavelmente. O calor que passávamos, com a canguruzinha amarrada...valeu tu-di-nho!
Hoje temos uma menina super mega desenvolvida, tamanho GG, que come horrores,  maior que muitas crianças da idade dela e super bem cuidada.

Não guardo esses caminhos mais difíceis como traumas, e, se vale dizer e palpitar, mães recentes de prematuros, lhes digo algo que sempre ouvi das amigas que tiveram bebês prematuros: calma! paciência! ânimo! Porque eles crescem sim, e ficam com pés de bisnaguinha e gorduchinhos, como todos os outros.

22 comentários:

  1. Nossa!!Você me emocionou e até chorei,pela maneira como comenta o fato!(nossa primeira sobrinha neta) Fer e o Lucas são pessoas muito fortes, um segredo pra você... todos nós aqui em casa estavam preocupados e passando força pra vocês com oração, pedindo a Deus pela recuperação da Lú, e vencemos! Hoje ela é linda, amada por todos. Deus te abençoe sempre!Beijo

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    1. Obrigada Lê! Vocês foram essenciais pro nosso desenvolvimento. Meu e dela. Meu, porque precisei de vocês lá comigo. Sempre, né? Lembra quando a Lú ficou internada à pouco tempo atrás? Vocês foram nossos anjos também.

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  2. LINDO DEPOIMENTO amiga!!!!!!!!!!!!!!!!! vcs merecem... ;)

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  3. Que lindo,Fê... grande exemplo para aquelas mães que só reclamam de tudo.
    E inspiração para quem passar pela mesma situação que você.
    Eu também tenho aquela foto das nossas pequenas (a sua micro e a minha pequena)guardada com muito carinho!!!
    Beijos

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    1. Menina!! E como tem gente que reclama! Vê drama em tudo. Sabe, tive sorte do bico do meu peito não rachar, mas era dolorido, claro! Mas e daí, né? Primeiro a boa alimentação dela!
      Você viu que diferença o tamanho das duas?

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  4. Nossa Nanda não imaginava que vc tinha passado por tudo isso! Sem dúvidas valeu tudinho... Lulú é linda, super saudável e maravilhosa...
    Amor pra vida toda.
    Fiquem com DEUS
    Beijos

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    1. Na, não dá mesmo pra imaginar que Luísa era micro bebê, né? Ela é muito grande! Costumo dizer que tenho dó dela, porque será sempre a última da fila na escolinha! Como eu sempre fui ! hahaha

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  5. ai que lindo!

    que papai do céu sempre te dê saúde para continuar cuidando da Lulú!

    bjos

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    1. Muito obrigada Lorraine. Que Ele nos dê muito pique, né? E sabedoria! beijos

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  6. Parabens por ser tão decidida e corajosa bjos e saude, amor e muitas felicidades!!!

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    1. E persistente! hehe..E teimosa! hehehe..mas decidida mesmo, a fazer o que eu pensava ser o melhor!

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  7. Nanda, Quanta emoção ao ler o que, eu já sabia, mas que, em suas palavras tão cheias de amor aqui, me fizeram chorar, viu... Quantas bençãos e que VITÓRIA! Hoje a Lulú é tão linda, forte. saudável. inteligente e tão cativante. Parabéns a vc e ao Lucas por tanto AMOR.Bjs...

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    1. Mas não era pra fazer vocês chorarem!
      Foi só um relato, e uma força pra quem tem bebês prematuros e estão meio desesperadas (porque tem dias que desespera mesmo!)
      Os bebês prematurinhos são fortes pra caramba!

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  8. Essa eu nem tinha idéia, adorei saber mais um pouco da história de vocês, essas fotos mostram que amor e um bom leitnho materno resolvem tudo,
    bjs

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    1. Lulú giganta hj né, Andrea? hehehe..mas era um cisco...praticamente uma lagartixa! hahaha..beijos querida!

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  9. Ai que relato lindo!! Quantas fotinhos lindas.
    A Lulu sempre foi linda, rs.

    Amei saber mais da historinha de vocês. Sinceramente, não me passava pela cabeça que você tinha passado por isso tudo.
    Nossa! Te admiro mais ainda. Ah e claro valeu á pena tudo

    Beijos
    Lilia

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  10. OI Fê,
    lindo o seu relato de força para as outras mães.
    A minha Ana Luiza não foi prematura mas era muito magra, mas muito mesmo. A mais magra de todas. E realmente ela cresceu e ficou com pezinho de bisnaguinha.
    Muito linda a sua microLu que ficou macroLu.
    beijos
    Chris
    http://inventandocomamamae.blogspot.com/

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    1. Virou uma Big baby agora...uma jamanta...uma mamute, como brincamos com ela aqui!! hahaa..beijos

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  11. Que experiência linda! Me emocionei ao ver sua filhotinha tão pequenina se tornar nessa garotona forte! Minha primeira filha ficou 1 mes na Uti, e uma das minhas mais lindas experiências com a maternidade foi quando amamentei ela pela primeira vez depois de 15 dias.

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    1. Oi Karine! Sabe, eu acho que a amamentação em si já é emocionante, né? E tem mais: ver aqueles olhinhos olhando pra gente, é demais, não é? E ela era pequenininha mesmo! Nossa! E como era! Mas eu nem percebia! Por isso não fazia tanto drama! Fui ver que ela era pequena mesmo nas fotos! hehehee....Mãe desligada sofre menos!! hahaha beijos p vc!

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