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sexta-feira, 25 de abril de 2014

Barco pipa

Não que eu seja exibida, nem ache que Luísa é a criança mais incrível do mundo...bem, ela é a mais incrível do MEU mundo, sim. Mas as crianças são, acima de tudo, fantásticas, e as de hoje em dia, mais ainda. A inteligência e a atenção às coisas, superam qualquer birra, chatice ou manha.

Aulinha do dia:
-"Mãe, você sabia que existe barco pipa?"
Eu, toda com pressa, porque já estávamos atrasadas para o cabeleireiro, respondi daquele jeito meio desatencioso, apressado, um "não sabia não. como é?"

-"Então. É como um caminhão pipa, mas é um barco, que carrega no deck inferior água e mangueira, e quando ele vai para um rio ou um mar que tá sem água, ele coloca água lá."

DECK INFERIOR, gente! Até tropecei no estacionamento de tanta gostosura e orgulho. Orgulho dela estar crescendo, por estar se interessando pelo que, provavelmente a professora está lhe ensinando, e mais ainda, do prazer em compartilhar comigo aquilo. Eu disse, toda orgulhosa, que não sabia daquilo, e que estava muito feliz por ela ter me ensinado sobre os barcos pipas.

Procurei no Google se realmente existem barcos pipas e não encontrei nada, mas que a explicação dela foi boa, ninguém pode negar...

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Delícias da maternidade

Minha figurinha
Depois de ter me pedido uma tv 3D de 50 polegadas em seu quarto, hoje ela me deixou este recadinho...sei!



Perguntinhas pra fazer a mãe estudar:
"Mãe, o que é aqueduto?"
(canal ou galeria, subterrâneo ou à superfície, construído com a finalidade de conduzir água)

"Mamãe, como fala IRMÃO em tupi-guarani?"
(Alguém aí me ajuda? O Google diz que é Anauê, mas minha filha jura que o nome que ela ouviu NÃO É ESTE!)


*

"Mãe, você jura mesmo que não sou adotada?"
Eu, rindo, respondo que juro.
"Mas é que meu sangue é doce, e o seu não, e os pernilongos só mordem eu, e nunca você. Você disse que nosso sangue era igual..."


sexta-feira, 4 de abril de 2014

Passeio frustrado

O primeiro passeio com a turminha da escola nova foi inesquecível. Sabem por quê? Porque ela não foi no passeio. De castigo. E posso afirmar que, apesar da dor - como doeu em mim! - foi a melhor atitude que poderia ter tomado.

Aborrecentezinha precoce de tudo, daquelas que já batem porta de quarto, pedem pra ficar sozinha e ainda grita. Hunf! Sei. Tive que dar um jeito. Ou, pelo menos, o pontapé inicial para uma grande "batalha" por uma boa educação. Luísa anda muito desobediente.

Mas a gota d'água foi o seguinte:

há algumas semanas atrás, percebi que ela estava deixando de comprar lanche no intervalo, para ir à papelaria do colégio comprar adesivinhos. O que fiz? Logo de cara, a proibi de entrar na tal "lojinha", dizendo que escola não era lugar de comprar coisas - lápis bonitinho, borrachinhas perfumadas e muito menos, adesivinhos..

Obs.: às sextas-feiras, as crianças dos primeiros anos podem levar dinheiro para a escola, para que comprem os lanches na cantina. Nos outros dias, somente a lancheira com lanche de casa.

Semana passada, mesmo sabendo que não era para ir na lojinha, Luísa foi. E comprou adesivinhos. De unhas! Quando a professora me chamou para contar que ela a havia desobedecido também, pronto: foi o que me bastou.

"Preciso dar um castigo maior do que o de não ver televisão". E foi quando lembrei do passeio da escola, que aconteceria dois dias depois.

"Será de doer".
E foi.
Em nós duas.
Não! Acho que mais em mim até...

Luísa chorou muito, mas muito mesmo, quando soube que não iria mais:

"Mas eu preciiiiiiso ir no Teatro Municipal ver a Turma da Mônica, mamãe!!"
"Eu aaaaaaaamo a Turma da Mônica, mãe!!"
"Só eu que não vou da minha classe, mamãe!!"
"Eu quero minha turma, mamãe!!"
"Desculpa, mamãe!!"
"Então eu nunca mais quero ir naquela escola mais chata do mundo!!"

E assim foi. Até que se cansou de me ouvir repetir que ela não iria, por culpa dela mesma.E que não me desobedecesse mais.

E se fiquei com remorço? Não. Estou convencida de que fiz o mais certo que podia, no momento certo. Trabalho com crianças e ouço umas coisas que me deixam de cabelo em pé. Vejo crianças um pouco mais velhas que Luísa, respondendo os mais velhos como se fossem seus amiguinhos, na maior intimidade e naturalidade e sem a menor educação. Um exemplo disso aconteceu esses dias mesmo, na escola, quando lembrando uma aluna sobre a aula de reposição do dia seguinte, ela veio com a seguinte resposta: "não venho porque não tem quem venha me buscar depois, mas se você me pagar um táxi de volta pra casa, eu posso até pensar". Vejam isso! Eu, sinceramente, não admito.

Só pra terminar o meu relato, depois do castigo, até acho que Luísa está mais "pensativa" antes de falar ou fazer alguma coisa que, certamente, ela sabe que eu desaprovaria. Não que acabou por aqui. Cetreza que o trabalho é de formiguinha, mas, o primeiro pontapé, eu já dei.