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terça-feira, 13 de novembro de 2012

Inspirada por Mariana Zanotto

Caramba, gente. Quem é que leu o post da Mari, do "Pequeno Guia Prático para Mães sem Prática" no "Manhê...abaixa o som!"? Quem não leu, corra e leia. Eu arrepiei. Além de estar super bem escrito, ela escancarou o coração (e aliviou o meu!) e disse tudo. Pelo menos prá mim, que ando numa batalha com meus sentimentos.

"...ser mãe, prá mim, foi um presente de Deus, em muitos pontos. Amadureci, aprendi a ter calma e paciência, aprendi a cuidar de alguém. Aprendi a observar comportamentos e entendo que a vida é sim feita de escolhas e que não podemos ter e nem dar tudo. Aprendi a dividir, a ouvir. Tenho que parar e prestar atenção em tudo a minha volta e vejo que, de verdade, não existe amor maior que o de uma mãe. Não existe. E agradeço todos os dias por ter me tornado uma mãe, que ama enlouquecidamente. Aliás, amor é um sentimento que faz parte de mim. Um dia, ouvi de alguém, isso: "agradeça à Deus por ter te dado a oportunidade de AMAR alguém tão intensamente, pois existem pessoas que nunca saberão o que é isso".
Autor: eu mesma, agora mesmo... 

Mas....
.....mas...como ser mãe envolve uma misturança de sentimentos contraditórios....
.......estou na fase do "saco cheio" e do achar que a maternidade é, além de linda, uma canseira.
Já cheguei a me questionar sobre o tipo de mãe que estou me saindo ultimamente, daquela que "finge" estar adorando a brincadeira e a conversa, mas que no fundo, queria estar é longe dali, num silêncio - ou numa balada - sem fim - e proibida para crianças. Daquela que depois que a criaturinha dorme, respira aliviada e se sente feliz, mas que... tá bom....no fundo ainda sente uma culpa enorme por não ter se dedicado mais e logo, já sente saudade da princesa pentelhinha acordada. Mas que alívio que ela já dormiu! Um turbilhão de sentimentos. Loucura total.

Estou na fase do estar sem assunto no blog, e achar que já falei tudo. Do de receber presentes e propostas de empresas interessadas em publicidade e não pensar em outra coisa a não ser dizer à elas que "pagando bem, que mal tem?" É claro que eu não toparia falar aqui bem de um produto que não me agrada, como uma papinha industrializada (e tem pediatra que ainda recomenda, dá pra acreditar?), um andador super ultra moderno que não prejudica os joelhos e as perninhas, ou sobre um brilhinho labial melequento, mas....pagando bem......HAHAHHHA!! Brincadeirinha!

Estou na fase de me irritar com a demora da Luísa no banheiro: na enrolação no banho e das brincadeiras com a escova de dentes e com os pingos de suco de uva no chão. Aliás, ando irritada demais. Mas também me surpreendo, de vez em quando, "cagando e andando" prás mãozinhas sujas e oleosas nas paredes da sala, pros pézinhos pretos na hora de dormir, pros farelos de pão espalhados pela MINHA cama e para as minhas roupas molhadas na hora de dar-lhe banho e deixar o chuveirinho nas mãos dela. Adoro esse sentimento. Esse de cagar e andar, sabe? Acho que a vida deveria ser levada assim, cagando e andando mais para as neuras que nos fazem perder tempo.

E a preguiça de procurar soluções e tirar dúvidas na blogosfera, no Google? Hein? Alguém aí pode ser mais claro comigo? Alguém pode me mandar um e-mail ou uma mensagem inbox? Ando numa preguiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiça..........Preguiça até de fazer o jantar! É pecado sentir prreguiça de preparar o jantar, gente? Porque se for, que Deus me perdoe e que acelere essa minha fase. Óbvio que não mato ninguém de fome aqui. Óbvio que alimento minha filha o mais correto possível na hora do jantar. Conto com a sorte dela gostar muito de brócolis, couve-flor, vagem, carne grelhada, pão com linguiça, mas confesso que dou pulos de alegria quando ela acaba dormindo antes desse horário. Volto a perguntar: é pecado?

E a falta de "saco" para ir ao médico? Hein? Todo o processo anterior ao de chegar até o doutor me irrita. Me dá "gastura" (estava louca prá escrever essa palavra!) só de pensar em telefonar para o consultório, agendar uma consulta, ter que esperar no mínimo 10 dias, depois chegar o dia da consulta, esperar na sala de espera, passar pelo médico, fazer um monte de exames, marcar retorno, retornar....ai ai! Coisa mais chata. Cansei!

É gente, e exatamente como disse a Mari, acho que a maternidade POR HORA, PRÁ MIM, deixou de ser um grande evento, e passoupara mais uma modalidade da minha vida. Normal, sabe? Sem grandes "causos" prá se contar.
E aí, você vem e me pergunta: "mas e aí? mesmo assim quer ter outro filho?"
E eu respondo SIM, sim, sim, sim, sim....
Vá entender.
Aliás, deixa pra lá! Nem tente entender não!
Acho que ninguém se arrepende de ter tido outro filho e sim, de NÃO ter tido.


Dedico este post à Mariana Zanotto. Obrigada pela inspiração e por ter me ajudado a aliviar a culpa e a enxergar o turbilhão de sentimentos de uma maneira tão normal.

5 comentários:

  1. Ne? Entrevista pra ler ajoelhada, grande Mari!
    Tamo junta!

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  2. Fe, não se sinta tão culpada. Acho que todas nós passamos por isso de vez em quando, só que a maioria não tem coragem de admitir...Ser mãe é cansativo e exige muito da gente. E dependendo da fase da criança, é exaustivo mesmo. Tem dias em que fico contando os minutos pra levar as crianças pra escola... Hehe... Ontem mesmo tive um surto ao ver a bagunça que eles tinham deixado no ático e comecei a atirar coisas pra cima, vexame total! Mas somos humanas e imperfeitas, não tem jeito! Força na peruca que a fase passa, tá? (pelo menos é o que eu espero por aqui!)
    Bjs

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  3. Oi! Adorei o post! E não se sinta culpada, a gente se cansa mesmo, afinal é cansativo tudo isso, poxa vida! Identificação total na parte da preguiça da consulta com o médico... marca, espera chegar a data, chega, espera no consultório, marca exames... ai, ai...
    bjo!
    ps.: as saias de tutu fizeram o maior sucesso por aqui! tks!

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  4. Fe, pra mim rolou exatamente desse jeito que você descreveu. Um belo dia: cansei, cara! Que coisa pentelha isso de ser mãe, né? E dá-lhe me sentir a última das criaturas do planeta por sequer pensar em algo do tipo (e olha que eu nem tinha falado em voz alta, hein?). O que nos salva nessa hora é: 1 - a gastura passa (e volta, e passa...). 2 - muita gente sente i-gual-zi-nho! (arrisco dizer que todas as mães passam por isso... será?). Então pronto, né? Deixamos de ser monstros e viramos pessoas normais, ufa!
    E aí a vida também segue normal... a maternidade é um fato, mas não mais o centro da nossa vida. Pra mim, chegar nesse momento foi libertador! Chuto que esse seja o curso natural da maternidade, mas sei lá, esse é mais um achismo meu baseado unicamente na minha experiência, hahaha! Mas adoro ver que muita gente se identifica. Me sinto menos solitária nas minhas angústias e começo a achar que a minha teorização faz algum sentido, no fim das contas... ;)
    Beijão - e obrigada pela dedicatória!

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  5. Putz Fe, que reflexão hein... Eu tb me questiono bastante e tb me canso de escrever e ler sobre maternidade. No começo é uma delícia ler sobre parto-amamentação-fralda... Depois mudamos o foco pra birra, escola, festinhas... Uma hora cansa mesmo! Mas acho que é natural de quem se questiona, para buscar coisas novas e/ou ver se estamos no caminho certo e andar pra frente!!
    Deixei um meme pra vc lá no blog. Engraçado que muitas das perguntas que fiz nas brincadeiras foram sobre isso, a mãe que somos, nossa expectativa X realidade... Quando tiver um tempinho passa lá!
    bjos

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