Dos pequenos rituais é que surgem grandes tropés

E um dos rituais aqui em casa é: Luísa ter que se esconder embaixo das cobertas para receber o tetê.
O negócio funciona assim: quando ouve o barulhinho do microondas, sinal de que o leite já está quente, ela entra embaixo do edredon. Nós - eu ou o pai - fechamos bem o copo e vamos chegando em seu quarto, avisando que estamos entrando. Ela fica toda eufórica, se mexe, brinca e então, quando tiramos o edredon de cima dela, ela se ajeita e toma todo o leite.
E é sempre assim.
Ou quase sempre.
Porque hoje eu me esqueci e levei o copo de leite quente sem avisá-la.
Senhor! Ela deu um show! Um escândalo! Uma choradeira que não tinha nada de ser sem tamanho. Uma choradeira enorme!
Mas aí, foi só voltar para trás, dizer que entraria de novo no quarto e assim ela poderia se esconder.
Pronto.
Carinha feliz. Tetê tomado. E sono engatilhado às seis e meia da tarde.
Agora, é até amanhã.