Não tenho bem certeza se todas sabem que Lulú nasceu com trinta e três semanas, prematurinha da silva, pequenininha e magrinha de tudo, porém fortíssima!
Me lembro, como se fosse hoje, que saí de casa num sábado, de vestido e bolsa na mão, em direção ao hospital, para tomar apenas mais uma dose da Inibina e voltar pra casa sem mais contrações bombásticas, e tudo isso foi mera ilusão. Luísa nasceu na madrugada de domingo, às 04:14h, pesando 1.850k, sem lembrancinha na maternidade, sem enfeite de porta e sem fotos do momento do nascimento.
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A primeira foto. Sintam-se honradas! |
Mas o relato do meu parto,e isso eu tenho certeza que nunca fiz aqui, fica para uma outra hora, porque o que quero falar é que eu sempre usei os meios mais difíceis e trabalhosos para cuidar da Lulú, mas que foram essenciais para o seu desenvolvimento. Não me arrependo por não ter me facilitado a vida nenhum pouco.
Vejam bem, eu optei por fazer sempre as coisas mais complicadas, pelo simples fato de decidir me apegar aos conselhos de uma única pessoa: uma especialista em amamentação, do próprio hospital onde Luísa nasceu.
Primeiro, eu sempre dei mamá para ela sentada. Assim ó:
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Ainda no hospital, com 1 dia de vida |
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Olha isso e me diz se não parecia mesmo um macaquinho pendurado! |
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Um pouco maiorzinha |
Meu medo, à princípio, era a posição dela, as costas, que ficavam tortas, a cabeça que caía, o pé que enrroscava,. Orientada pela Dra. Cláudia, fui relaxando e aprendendo. Costumo dizer que ela foi uma mãe, uma deusa, e um conforto para mim, em várias situações pós nascimento da Lulú. Ela me dizia que a posição das costas era o que menos importava, pois se pensasse nos ultrassons que fizemos, eu veria que ela ficava toda contorcida dentro da minha barriga.
A minha posição era super desconfortável, porque eu tinha que ficar com a postura muito certa, e se ela mamasse por muito tempo, minha costas pediam "arrego". Mas eu aguentei.
Claro que cometia minhas gafes, e desobedecia as instruções do pediatra, em não dar mamá deitada, porque o leite poderia ir para o ouvido da criança, mas isso, graças a Deus, nunca aconteceu por aqui.
Depois eu tive que complementar a amamentação com Pré Nan, e mais tarde, com meu próprio leite, já que, como ela era muito pequena e não tinha força suficiente para sugar meu peito, não ganhava peso também. Perdeu tanto que chegou a pesar 1.590k. Olha isso:
Nunca dei mamadeira, já que isso poderia dificultar a amamentação e fazer com que ela não quisesse mais meu peito. A mamadeira é bem mais fácil de sugar do que peito. Então o que eu fazia? Dava este complemento num copinho de pinga. Maior sufoco. Era mãe, tia, vó, todo mundo ajudando.
Por ser prematura, adotamos o método canguru com Lulú. Eu passava o dia inteiro praticamente com ela pendurada em mim...
... e quando me cansava, passava para outra pessoa segurá-la...
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Minha prima se realizou neste dia! |
Á noite, na hora de dormir, já cansada e com medo devirar na cama e amassá-la, eu achava melhor que meu marido ficasse com ela no peito.
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Olha que magreza, gente! |
Tivemos sorte por estar calor, pois assim, ela passava o dia todo só de fraldinha, em contato direto com meu corpo, amarrada com uma toalha fralda. Eu usava sempre blusas largas, assim conseguia deixar a cabecinha dela para fora.
Passados os dois meses de vida "extra, ela saiu do canguru. Que saudade!
Luísa era sempre menor que as outras crianças da idade dela, claro. E eu era tão tapada, que, além de nunca perceber em tempo real o quão pequena ela era, eu ainda achava que as filhas das amigas eram grandes demais, além do normal...
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Só pra vocês terem uma ideia, essa foto está gravada em meus arquivos como: microlu e macrolu. Tem noção, Rô? Eu não tinha! |
Valeu o cansaço. Valeram as noites super mal dormidas. As mamadas de 2 em 2 horas indispensavelmente. O calor que passávamos, com a canguruzinha amarrada...valeu tu-di-nho!
Hoje temos uma menina super mega desenvolvida, tamanho GG, que come horrores, maior que muitas crianças da idade dela e super bem cuidada.
Não guardo esses caminhos mais difíceis como traumas, e, se vale dizer e palpitar, mães recentes de prematuros, lhes digo algo que sempre ouvi das amigas que tiveram bebês prematuros: calma! paciência! ânimo! Porque eles crescem sim, e ficam com pés de bisnaguinha e gorduchinhos, como todos os outros.