"Novas pesquisas mapearam quatro estilos de ser mãe ou pai e trazem um alerta:
a maioria está derrapando feio na hora de pôr limites, ouvir e até oferecer os cuidados básicos.
Leia, reflita e, se for o caso, comece hoje mesmo um plano de mudanças.
Isto pode ser a chave para educar crianças preparadas para o futuro."
Todo mundo sabe que pai e mãe desejam o melhor para seus filhos, Mas o fato é que a forma como foram criados e a situação emocional do casal influenciam, nem sempre para o bem, o tipo de educação que conseguem oferecer aos pequenos.
Existem quatro principais perfis de pais:
PARTICIPATIVO
AUTORITÁRIO
PERMISSIVO
NEGLIGENTE
Em pesquisas feitas com mais de 10 mil estudantes de 8 a 17 anos no Sul desde 2005, a psicóloga Lidia Weber, coordenadora do Núcleo de Análise e Comportamento da Universidade Federal do Paraná, descobriu que, na visão deles, ao menos 35% dos pais são presentes e dão limites, mas outros 35% são omissos.
O que vou fazer aqui é copiar os perfis, para que vocês, meninas mães, se autoavaliem, e de repente, tentem mudar alguma coisa que possa estar errada.
Pais Negligentes - Esses pais representam um problema e tanto. Quem não tem disposição de corrigir comportamentos inadequados ou de se dedicar aos filhos pode ter dificuldade para criar e manter vínculos afetivos, ou seja, entregar-se às relações e amar com intensidade. Mesmo quando ficam em casa, com a família, os desligados parecem não estar ali de corpo e alma: assistem televisão, falam ao telefone – fazem de tudo, menos interagir de verdade. Normalmente, até vêem as necessidades materiais dos pequenos, mas não a carência de afeto. Seu slogan é: “Agora não, estou ocupado”.
Como Ficam os Filhos - Como não se sentem amados para valer, tendem a não se valorizar, o que vira sinônimo de baixa autoestima. Além disso, a falta de demonstrações de afeto e de uma presença mais marcante dos adultos é capaz de torná-los sérios candidatos a desenvolver depressão e distúrbios de ansiedade. É provável ainda que tenham dificuldade em manter relaciona mentos caso acabem copiando, sem perceber, o modelo paterno ou materno.
A Opinião dos Especialistas - Em primeiro lugar, esses pais devem tentar fazer parte da rotina das crianças e se interessar mais pela vida delas. Que tal conhecer os amigos, levá-las à escola e sugerir passeios? São boas maneiras de reforçar os laços afetivos. “Deixar claro o que se espera deles, tanto em relação ao desempenho na escola como ao comportamento, é outro modo excelente de mostrar que se importa com os filhos”, acredita a filósofa e educadora Tânia Zagury, do Rio de Janeiro.
Pais Participativos - Fazem questão de estar presentes no dia a dia da criança e de expressar seu amor com afagos e elogios. Também sabem pôr limites: estabelecem regras, explicando-as de forma clara e, em alguns casos, até abrem espaço para a negociação, pois gostam de ouvir as ideias dos filhos. Transmitir valores faz parte do repertório deles. São pais que, por exemplo, não jogam lixo na rua, olham todos de igual para igual, independentemente da condição social, e, assim, ensinam atitudes de respeito e responsabilidade.
Como Ficam os Filhos - Geralmente, têm facilidade para fazer amizade e lidar com as diferenças, pois aprenderam a considerar a opinião alheia. Também demonstram capacidade de se colocar no lugar do outro e tendem a ser afetuosos e sinceros. Além do mais, como ouviram alguns “nãos” necessários durante a infância, quando se tornam adultos entendem que a vida não é feita só de alegrias. Assim, conseguem passar por frustrações, inevitáveis para todo mundo, sem fazer disso uma tempestade.
A Opinião dos Especialistas - Embora não exista uma receita para educar os filhos, a postura que combina participação, carinho e limites é apontada pelos especialistas como a mais adequada para uma formação saudável. “O mais importante é que os pais sejam capazes de demonstrar afeto e de se envolver na vida das crianças sem abrir mão de mostrar objetivamente o que é tolerado ou não. Essa é a melhor maneira de educar”, diz Lidia Weber, autora de Eduque com Carinho (ed. Juruá).
Pais Autoritários - Controlam com mão de ferro a rotina da casa, ditam regras e gostam de mandar mesmo nas horas de lazer. Se a família vai almoçar fora, eles escolhem o restaurante e até o prato de cada um sem perguntar se todos estão de acordo. Beijos e abraços são raros, pois imaginam que as demonstrações de afeto “estragam” os pequenos. Suas frases favoritas são: “Você vai fazer isso porque estou mandando” e “Engula esse choro agora”. Foram educados assim e pretendem repetir o modelo com a nova geração por acreditar que, se funcionou para eles, vai dar certo de novo.
Como Ficam os Filhos - Em geral, tendem a ser submissos, já que temem as poderosas figuras paternas, e podem ter dificuldade em soltar as asas e deixar fluir a criatividade. Outra possibilidade é se tornarem pessoas bastante tímidas. Aqueles que assimilam a cara feia dos pais correm o risco de ficar agressivos, brigando com todo mundo – primeiro na escola e depois, já mais velhos, no trânsito, no trabalho, com a mulher, os filhos...
A Opinião dos Especialistas - Essa atitude pede ajustes urgentes. O ideal é tentar dialogar mais com as crianças e abrir espaço para que elas possam se expressar. Vale a pena também investir em carinhos e elogios. Outro ponto importante é repensar as exigências. Quando os limites são colocados como barreira, atrapalham a conquista da autonomia, colaborando para a formação de pessoas com pouca iniciativa”, adverte o filósofo e educador Mario Sergio Cortella, professor da PUC-São Paulo.
Pais Permissivos - Esses pais não se sentem preparados para educar os pequenos e não têm certeza sobre as melhores atitudes a tomar em cada situação. Por isso, cedem à pressão do momento. Em geral, trabalham muito e, quando estão em casa, querem compensar a ausência com o excesso de mimos. Alguns passaram por privações na infância e desejam oferecer à família tudo o que não tiveram. Não é raro que dêem o carro nas mãos do filho de 16 anos ou permitam que uma menina de 12 fique na rua até tarde.
Como Ficam os Filhos - Tanta paparicação pode deixar a autoestima elevada até demais. Os pais devem tomar cuidado para não acabar, sem querer, criando indivíduos que se acham melhores do que os outros, o que dificulta as relações sociais e a evolução profissional no futuro. Afinal, quem se considera um suprassumo não costuma reagir bem a críticas, inevitáveis no mundo do trabalho e nos relacionamentos. A falta de regras de conduta é capaz ainda de fazer com que não respeitem o espaço alheio nem sejam responsáveis.
A Opinião dos Especialistas - Antes de tudo, esses pais precisam trabalhar a culpa de não poder estar sempre em casa pilotando a vida das crianças. “É muito comum que eles tenham a sensação de que não devem disciplinar os filhos no pouco tempo de que dispõem”, afirma Tânia Za gury. “O problema é que assim acabam não preparando as crianças para enfrentar a vida”, alerta a psicóloga Maria Cristina Capobianco, do Instituto Sedes Sapientiae, em São Paulo.
Oi Fê,
ResponderExcluirexcelente essa postagem. Já tinha ouvido esses conceitos em um treinamento que fiz no meu trabalho mas é sempre bom relembrar e refletir mais uma vez.
A viagem foi super legal e vou postar mais sobre ela.
beijos
Chris
http://inventandocomamamae.blogspot.com/
Olá Fe,
ResponderExcluirUm post muito interessante. Eu cá no meu cantinho tento ser a mãe Participativa... Adoro ser mãe, educar com muito amor e carinho é o meu objectivo principal... não esquecendo de exercer autoridade. E digo isto pois não concordo muito com o termo "pais autoritários" pois dá ideia que exercer autoridade é mau e dispensável, mas na verdade existe uma grande diferença entre exercer autoridade e ser autoritário.
Exercer autoridade é necessário na nossa vida e nos dias de hoje parece ter desaparecido. Cabe aos pais exercerem essa autoridade, com afecto e de forma justa e disciplinada, que servirá para o futuro na vida em sociedade. Disciplinar é ensinar. Não é castigar. Não é autoritarismo. Muitas vezes quando a autoridade falha na infância, surge depois na adolescência o autoritarismo como remédio dessa falha, de forma cruel, mas este não funciona. Se modificar alguma coisa é sempre pelo medo e pela coacção. A autoridade, desde bebé, quando a mãe e o pai o impedem de fazer coisas que o possam magoar, e vai mudando à medida que a criança se desenvolve, serve para estabelecer limites, ajuda na autodisciplina. Ajuda na formação da personalidade da criança, futuro adulto a viver em sociedade. Um pai que exerce a autoridade está, na minha opinião, a contribuir para um ambiente facilitador do crescimento dos seus filhos. A autoridade constrói-se na relação e no respeito mútuo sempre com muito amor. O autoritarismo, constrói-se numa não relação, na falta de respeito, sem amor.
Escrevi tanto... :) é um assunto que já me fez pensar noutras alturas desculpa o testamento...
Espero ter-me feito entender
um beijo
Fê, adorei, eu quero achar que sou participativa rs rs rs, sempre, mas educar não é fácil, colocar limites também não, mas é necessário, meu grande objetivo é tornar meu filho um ser humano especial, querido, amado, afetivo, carinhoso e preocupado com as pessoas e com o mundo em que ele vive. Ë um trabalho árduo, de formiguinha, mas temos que fazer nossa parte né? eu uso e abuso da literatura sobre educação infantil, indico o Winnicot é o máximo! um beijo querida!
ResponderExcluiradorei o post...
ResponderExcluire tô eu aqui tentando me encaixar nas catigorias!
acho que clocar limites é a coisa mais complicada desse mundo, necessa´ria, mas complicada.
educar é uma loucura, a gente fica caminhando em limites tênues, complexos.
deus nos acuda!
bjocas
Que legal esse post, Fê!
ResponderExcluirAcredito que faço a linha participativa, hehehe. Mas não é fácil, estou sempre na dúvida, querendo acertar sempre para que o Lucas seja uma pessoa de bem, sabe, carinhosa, educada, honesta, compreensiva... ih, a lista é grande. E às vezes penso que exijo demais dele (aí me encaixaria no autoritário), outras vezes dou umas relaxadas (e aí fico no permissivo)... enfim, a chave da questão é o equilibrio neh. Nem tto lá nem tto cá, amar incondionalmente impondo limites realmente necessários...