Este é um assunto que tem sido discutido aqui em casa ultimamente, porque ando chateada com algumas pessoas que sempre foram indispensáveis na minha vida, que sempre fizeram parte dela, das minhas histórias, dos problemas e das alegrias, e que hoje, por falta de entendimento - vamos dizer assim - se distanciaram de uma tal forma, e ainda levaram uma série de pensamentos provavelmente errados a meu respeito, do tipo "ela não liga mais pra mim".
Quando a gente casa, assumimos algumas funções que antes, e pelo menos na minha vida, eram nulas. Não tinha, por exemplo, que me preocupar em fazer arroz, ou tirar a carne do congelador, nem lavar as roupas.
Aí temos filhos. E a coisa dobra. Não. Triplica.
E comigo, isso veio tudo junto. Marido, casa nova, filha, e falta de empregada. O que acontece? Uma revolução, um turbilhão de coisas pra fazer e aprender. Uma lista de afazeres ENORME pra quem nunca teve que pensar em NADA, a não ser na escova que deveria ser feita após o banho, na lista de e-mails que deveriam ser lidas antes do dia acabar, e no horário da novela preferida.
E então vi que tem amigas que não entendem isso, e que simplesmente se sentem excluídas e sem valor. Que passam a achar que nós - no caso EU - estamos diferentes, não temos mais tempo pra se dedicar à elas, e nem nos interessamos mais por suas coisas. CACETE! Tempo eu tenho de sobra, só que não no mesmo horário que elas. Elas trabalham, eu não. Elas chegam em casa e vão pro banho, enquanto que eu vou brincar com minha filha, que ficou o dia todo na escola. Depois vou dar banho, da comida, olhar agenda, ver a mochila, jantar com o marido, papear um pouco, colocar Luísa pra dormir, e pronto: 11 horas da noite. Ou seja, o tempo de sobra que tenho não bate com o tempo de sobra que elas tem.
Entendo que não dá pra parar o trabalho pra ficar papeando, assim como não dá pra parar o banho da Luísa pra ficar papeando. E não sou do tipo que deixa a criança em frente à tv pra poder falar ao telefone.
A vida muda, os compromissos mudam, e temos que nos adaptar a tudo novo.
Não tô aqui escrevendo isso tudo com a intenção de que as pessoas envolvidas leiam, mesmo porque sei que elas não lêem. Porque vida e assunto de mãe, pra quem não é mãe, ficam chatos e desinteressantes, cheios de correrias e compromissos que não cobinam com a correria de amigas solteiras. Tô escrevendo porque imagino que muitas das mães que lêem o blog passam, ou já passaram por isso e reagiram de alguma maneira. Como?
Quem me conhece sabe que sou uma mãe dependente DEMAIS da filha. Por exemplo:
- Deixei de passar 5 horas - entenderam? 5 horas! - no hospital com uma amiga que fez uma cirurgia de tendão de Aquiles porque era um sábado - entenderam de novo? sábado! - e eu não tinha com quem deixar a Lulú por aquelas 5 horas. Depois não pude dar assistência à esta mesma amiga - como levá-la ao médico, ou na fisio, ou até mesmo visitas frequentes - porque meu marido trabalha com nosso carro e eu moro do outro lado da cidade de Sorocaba, e se eu aproveitasse a carona dele, os nossos horários ficaríam super inconvenientes na questão de voltar pra casa e fazer as coisas - banho, jantar - pra Luísa.
E quando a Luísa dorme, se não for por uma causa MUITO justa, não vou acordá-la. Soninho de criança é tão bom e necessário, ainda mais nas tardes de sábados e domingos, quando ela pode descansar o quanto quiser - e por sorte minha nunca tive problemas dela não dormir de novo à noite.
Criamos prioridades, pois só assim damos jeito à tudo que precisamos fazer. E minhas prioridades são Eu, filha, marido, e casa. São compromissos! Amo minhas poucas amigas, faço tudo O QUE PUDER por elas, porque tem coisas que EU NÃO POSSO, né, gente? É fácil dar palpites na vida de mãe, e não estar presente pra ver o que se faz e como se faz. Fácil atribuir qualidades que passamos a ter depois que temos uma família para cuidar, e não ter noção do que é TER que fazer as coisas no tempo certo, pra que você não fique maluca depois.
O que vocês acham? Que sou egoísta, mimada, egocêntrica, ou só carente?
Grande desabafo ! Ainda bem que não sua amiga, sou sua prima rsrsrs e, mesmo não sendo mãe, eu leio seu blog viu, e acho tudo muito interessante, afinal, tenho muito interesse em ser mãe um dia ! Quanto aos seus comentários, não tenho muito o que falar prima, pois já conversamos um pouco ontem sobre tudo isso né, na minha opinião é pura falta de compreensão por parte das amigas mesmo, não é nenhum problema com você ! Você não é egoísta, mimada e, nem egocêntrica.....carente talvez sim (eu também sou, todos somos eu acho), mas carente de pessoas que não compreendem a vida de uma mãe que tem que se transformar em mil muitas vezes. Mas como sempre diz minha mãe: "É nessas horas que a gente vê quem são nossos verdadeiros amigos" . Te adoro prima ! Beijos.
ResponderExcluirFe
ResponderExcluirNão acho que você seja egoísta!!!! Depois que casamos como vc mesma disse a vida muda, e muda muito!!!! Eu mesma depois que me casei a poucas amigas que tinha se afastaram e agora que tenho minha filha os assuntos não são mais interessantes para elas, então nossa prioridades passar ser outras. Mais não deixamos de ser amigas, quando precisa meu ombro eu ofereço pra chorar, mando sempre que posso recadinhos por e-mail, para verem que não me esqueci delas.
Mais essas suas amigas um dia vai passar por tudo que hj vc passa e se lembraram o pq vc passou a ser um pouco mais ausente.
Com certeza Shirley. E sabe que eu não vejo a hora delas se tornarem mães também.
ResponderExcluirbeijão
Querida, te entendo super e concordo com vc. Mas, infelizmente, acho que só quem é mãe entende essas dificuldades... Não se sinta egoísta, filho passa a ser prioridade e todas as necessidades deles tbem. Acho que vale a pena uma conversinha com as amigas, sabe? Já fiz isso e deu certo...
ResponderExcluirBjos,
Camila
www.mamaetaocupada.blogspot.com
Fe, vc não é egoísta, nem mimada, nem egocêntrica. Vc e suas amigas estão em fases diferentes, apenas isso. Também sinto falta das minhas amigas, já que a maioria não tem filhos, algumas nem são casadas. As duas poucas que já são mães tem 2 filhos! Ou seja, tem menos tempo livre ainda!
ResponderExcluirAcho bem legal se conseguirmos um tempinho mínimo, nem que seja 1 vez no mês, para um encontro das amigas. No meu caso, mas geralmente nos encontramos no fim do ano. Então, se puder, tente esse tempinho com elas mesmo que esporádico. E, acima de tudo, não se culpe por não conseguir vê-las com mais frequência!!
bjos!
Sarah eu não me culpo.
ResponderExcluirCulpo elas de não entenderem!
Concordo com tudo que já foi dito. Eu tb passei por isso, me senti isolada, ilhada e fora da vida das minha amigas solteiras ou sem filhos. Mas acho que uma boa conversa resolve tudo, vc explica que gostaria de poder estar mais presente, mas que infelizmente a fase é muito diferente e tal...acho que vale a pena!
ResponderExcluirbeijos pra vc!
Oi Fê,
ResponderExcluirconcordo com a Sarah. Também tenho amigas que não são casadas e não têm filhos. O que faço é que as convido para viver um pouquinho da minha vida de mãe. Elas vão lá em casa, chamo para ir a teatro infantil, cinema, etc...
Quando aos cupcakes, não sei porque estão desgrudando. Eu asso em forno pré-aquecido na temperatura de 180º, sempre.
Esse é o único cuidado que tenho. O resto é super de qualquer jeito, atéporque são as meninas que fazem a massa. Elas que batem, misturam, colocam os ingredientes, etc...
beijos
Chris
http://inventandocomamamae.blogspot.com/
Fe te entendo super. Não adianta depois que a gente tem filho a vida fica diferente, pois a gente tem uma pessoa mini que não sabe fazer nadica de nada; ou seja; a gente que faz absolutamente TUDO. Tá falado, a gente faz tudo pra uma pessoa que não sabe nem se limpar.
ResponderExcluirAcho que fica subentendido que NÓS MÃES estamos 24hs ocupadas fazendo alguma coisa.
Tenho dito!
Bjs