Luísa nasceu inesperadamente no dia 16 de dezembro de 2007, de parto normal, com 1,995k e 40cm. Estava com 33 semanas, e nem preciso dizer que foi um susto delicioso, mas foi um susto. Era um domingo, e eu já estava tendo contrações desde a quinta-feira anterior.
Fui ao meu obstreta, e ele disse: "Pára tudo, você já vai entrar de licença, porque já está tendo contrações. Vai tomar um comprimido de Inibina para tentar segurar o bebê e ele conseguir ficar aí por mais algumas semanas". Isso foi na quinta-feira.
Passei a sexta com contrações, e fomos até o hospital. Lá me deram o mesmo Inibina, só que na veia. Voltei pra casa, e de noite as contrações aumentaram. Sábado de manhã, acordei, meu marido tinha ido trabalhar e me deixou com várias agulhas de acupuntura no corpo inteiro. E nada das contrações cessare ou ao menos diminuírem. Liguei pra ele e fomos pro hospital de novo, e de lá só saí na terça-feira, com a nossa Lulu no colo.
Foi um susto porque como sempre digo, "esperávamos que ela chegasse em um carro alegórico (data prevista do nascimento dela era 8 de fevereiro), mas ela chegou no trenó do Papai Noel!".
Sem lembrancinhas, sem enfeite de porta de maternidade, sem roupas que lhe servissem!
Ficou um dia na incubadora, e pronto. Pequenininha, magrelinha, mas perfeitinha.
Para muitos, o fato do bebê nascer prematuro tem a ver com ansiedade, muito esforço físico, uso de drogas, algumas doenças da mãe, enfim, existem N razões. Minha médica, especialista em amamentação e maravilhosa, Dra. Cláudia, me disse que muitos bebês nascem prematuros porque têm que nascer. Porque já estão maduros e querem sair dali de dentro!
Não tive nenhum problema na gestação, pratiquei esportes regularmente e moderadamente. Tá bom, joguei capoeira duas vezes, e isso foi logo no comecinho e sem tanto esforço, e ainda assim ela me garantiu que não teve nada a ver.O argumento dela: "...se fosse assim, todos os bebês de mães que trabalham na roça nasceríam prematuros então!"
Na verdade, acredito sim que tenha uma explicação médica e científica pro fato da minha filha ter nascido antes da hora, mas sempre me apeguei ao fato de que ela "simplesmente quis sair dali. E antes da hora? Hora de quem? Dela? Então! Quis sair, saiu!". Se tivesse acontecido algo sério, teríam me avisado.
E dali pra casa, passamos dois meses carregando a Luísa de canguru, amarradinha em mim na maioria das vezes, mas pegava carona no colo de outras pessoas também. Temos uma foto linda dela no colo da Kéka. Aqui:
Detalhe do pé dela pra fora da blusa da minha prima.
De noite, cansada de ficar grudada nela o dia inteiro (ela pendurada e literalmente grudada em mim!!), passava o "pacotinho" pro meu marido, que dormia com ela sobre o peito dele. Ela só de fraldinha. Só pegava de volta pra dar de mamá.
Ter um bebê prematuro na verdade é mais trabalhoso, porque temos que complementar a alimentação dele, já que ele nem sempre tem força suficiente pra mamar e sugar o peito. Então dava o peito e mais o complemento (PRE NAN = R$ 90,00 a lata) a cada duas horas.
Tem também que ficar de olho no peso, pois não pode perder uma graminha sequer.
As visitas ao neonatal são bem mais frequentes, o exame do pezinho tem que ser feito duas vezes. Enfim, trabalho dobrado. Mas isso é só no comecinho.
Hoje Luísa é uma criança que tem peso e altura compatíveis com a idade dela. Não é maior nem menor que uma criança que nasceu com 9 meses.
Agora, além de saber de tudo isso, a gente tem que ter calma, paciência, um marido por perto que ajude, e uma família que dê muito suporte. Nos dois sentidos: no suporte de apoio e no suporte de suportar mesmo a nossa inexperiência, nossas crises de medo de não conseguir dar conta, nossos pedidos de ajuda, pega isso, pega aquilo, me acode aqui!! . Isso tudo é essencial.
Eu tenho uma foto das nossas Luísas juntas, e a sua bem pititiquinha no meu colo. Ela era uma coisinha mesmo. Hoje ela é mais alta e mais gorducha que a minha Lulu, né? Lindona, ela.
ResponderExcluirBeijos